quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Entrevista Site @balada - 12/01/2001



@balada - O Raimundos sempre de destacou pela irreverência e pela mistura de ritmos com o rock. No álbum "Lapadas do Povo", o grupo estava mais sério e um rock mais pesado. Qual a razão da mudança, que era a marca registrada do grupo?

Fred - Todo mundo acredita mundo numa primeira impressão assim, porque pesado o Raimundos sempre foi independente de explorar ou não, qualquer tipo de ritmo. O "Lapadas" tem até essa onda meio diferente dos outros discos, mas também não diferencia porque a gente sempre teve um som pesado, até pelas condições em que ele foi gravado. Nós saímos do Brasil sem nada pronto, sendo feito de uma forma atípica. Antes, no estúdio conhecíamos o pessoal, e lá não. Essa é a diferença, ainda mais porque quando voltamos e o disco começou a tocar no rádio, nós aparecemos mais em programas populares... Daí as pessoas falaram: Pronto, mudou. E, não é muito por aí. Se pegar o projeto do disco "Ao Vivo" e escutar, você vai ver que não tem diferença alguma, as músicas convivem numa boa, em perfeita harmonia.

@balada - Muita gente critica esse estilo hardcore e underground. Mas será que essas pessoas não deveriam agradecer por vocês divulgarem legal isso?

Digão - Bom, falam que o "Lapadas" é nosso disco mais pesado e torcem o nariz, aí a gente muda alguma coisa e torcem o nariz. Dá de tudo cara, não tem razão! Nunca, nunca vamos agradar todo mundo. Não existe "toca hardcore" e, nosso hardcore tá na veia, ele existe, a gente é brasileiro, não tem que imitar os americanos. Lá é muito fácil, existe uma linha totalmente diferente de trabalho. Não é preciso ir a um programa popular. No Brasil, se não fizer isso, você não sai de casa. Pô meu, a gente tem um Brasil inteiro aí pra mostrar porque o Raimundos é mesmo no show, entendeu?

@balada - Vocês já se apresentaram na Espanha, Portugal e Japão. Na Argentina, o Raimundos tem uma aceitação muito grande. Quais os planos do grupo para o exterior?

Digão - Bom, o Japão foi do caralho. A galera foi muito legal. Foi a melhor viagem de férias porque fizemos 2 shows e ficamos 7 dias. Nós conhecemos um cara lá, andamos no iate dele, um barcão. Mas em relação às viagens a rotina é a mesma.

@balada - O que vocês acham da divulgação do grupo via internet?

Raimundos - Hoje a divulgação pela internet é quase igual a de fanzines. A gente tem que procurar o fanzine específico e tal... Acho que a internet hoje é um fanzine eletrônico. Acho legal ir lá, digitar o endereço, vasculhar. O Raimundos, as pessoas acham que surgiu assim, foi uma criação da terra. E não, nós aparecemos muito em fanzines. Existe um amigo nosso, Rodrigo Ribeiro que fez uma página nossa na internet, que virou nosso fã-clube oficial que é raimundos.org.

@balada - A música em MP3 é um caso polêmico entre bandas. Qual a opinião do grupo em relação a isso?

Fred - Bom, eu não gosto. Mas também não vou criar caso com um fã por causa disso. Nós temos muita gente que trabalha pro disco estar na loja. É injusto por um lado, mas é hipocrisia lutar e processar os fãs. Quem não tem dinheiro pra comprar CD, tem na internet a única forma de escutar Raimundos.

@balada - Um momento difícil da carreira, sem dúvida, foi a tragédia no show em Santos. O que mudou para vocês depois disso?

Raimundos - Na verdade, o negócio aconteceu depois do show da gente e, ultrapassa qualquer necessidade e vontade da gente. Lógico que a gente não queria que isso acontecesse, foi uma fatalidade. Já viram que o Raimundos não teve culpa nenhuma, o julgamento já foi feito, então, pra gente não mudou nada. A gente sempre quis tocar tendo a segurança para público, isso escapuliu da nossa mão, até porque a gente nem estava no palco. Existe uma responsabilidade até certo ponto de cada um que está no show.

Creditos: Antigo Site Raimundomaniaca...

Obs. Caso alguém queira repassar a matéria não há problema algum, basta citar o Bau do Raimundos como fonte. Obrigado por ajudar a divulgar nosso trabalho.

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