quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

O Novo Raimundos - Revista Metal Head - 2002


O Novo Raimundos

O Raimundos supera todas espectativas e lança um novo disco de peso. Nós conversamos com a banda e pedimos para eles falarem de cada faixa da bolacha e da atual situação, agora com Digão nos vocais. Confira as novas Canções de KavooKavala!

“Fique! Fique!”

Canisso: “Fique! Fique!” surgio de um riff do Marquinho. Já tinha sido musicada pelo Peter Perfeito. A gente pegou o riff e desmembrou. Eu Fiz mais uma parte e pintou uma outra letra em cima. Já é uma terceira coisa do original. É a primeira participação do Marquinho como compositor efetivo na banda. Ela já chegou a ser tocada pelo Peter Perfeito, mas só o riff principal. Foi o primeiro single do novo disco”.

“Crocodilo Meio Kilo”

Fred: “Esta é uma das que eu mais gosto”. Pela construção dela mesmo, é uma música atípica. Desde não ser uma música quatro por quatro na construção de cordas, mas a bateria é o tempo inteiro quatro por quatro. Foi muito difícil para eu gravar, e assimilar dentro da cabeça ter que fazer sempre a mesma coisa. Quem escuta, fala ‘pô, mas o cara não fez nada de mais’. Exatamente dentro desta construção de cordas que o nada de mais foi o que complicou. Foi uma novidade pra mim. Temos até um vídeo que mostra como ela foi gravada”.

Digão: “Foi o primeiro making off de uma gravação dos Raimundos.”

“Joey”

Digão: “É uma homenagem sem modéstia nenhuma, deslavada. Depois que o Joey morreu, fiquei supertriste. Me veio a inspiração de falar ‘bota aquele som que o Joey

mandou pra mim, que ele mandou espiritualmente’. E o riff é a cara do Ramones”.

“Vento Certo (Água da Mina)”

Digão: “Ela tinha uma letra, mas depois foi mudando de um jeito...ela tinha só o refrão. Lembrei da minha esposa, do jeito engraçado da nossa convivência. Fala de amor , de uma coisa legal”.

“KavooKavala”

Canisso: “O Digão já tinha a base praticamente toda, e o Telo (nosso parceiro de composição desde o primeiro disco) veio com a letra e encaixou perfeitamente. Ele já tinha essa letra pronta. Foi primeira letra pronta do disco. O processo de composição deste disco foi interessante. Nós primeiro fizemos todas as bases musicais. Fomoso para o estúdio gravar. E depois fizemos as letras. Essa é uma mentira de caçador. É meio que nem esses mitos populares”.

Digão: “O Telo ficou uma semana tentando lembrar o nome da musica: Rança Tampa, Fura Saco, uns nomes loucos. Aí depois ele falou ‘É Kavookavala’”.

Fred: “A parte de divulgação desde disco é, se tivesse tempo, lança essa manchete em algum veiculo: ‘Foi encontrado um bicho que passa e vai abrindo valas. Ele se chama kavookavala’.Algo assim”.

Digão: “Ele é bípede, mas quando ele corre,ele é quadrúpede.”

“El Mariachi”

Digão: “Pelo lance do violão no começo, remete muito ao México. Uma coisa meio louca. É uma música bonita, que fala de saudade, de reconciliação. Apostar no novo mas sem esquecer o velho.”

“Mas Vó”

Canisso: “Ela já foge do estilo normal. É um passeio por outros ritmos”.

Fred: “É a preferida da (gravadora) Warner. Se bobear, o presidente acha a melhor música da carreira do Raimundos”.

Digão: “E ela tem solo muito legal no final, algo meio Hotel Califórnia”.

“Princesinha”

Canisso: “É total do telo. É uma música que ele trouxe pronta. Ele tinha feito para a namorada dele. É uma forma de homenagear ela. É a música mais fofa. Ele Fez a música faz sete anos”.

Fred: “A gente já conhecia ela. Na verdade, todo disco do Raimundos tem alguma música muito antiga que acaba entrando. No primeiro, era ‘Selim’. No segundo, o ‘Pão da Minha Prima’. No Lapadas tinha ‘Pequena Raimunda’. Só No Forevis tinha uma regravação, que foi ‘Aquela’.E ainda tem um monte de músicas que nós podemos trabalhar. E ‘Princesinha’ já era para ter entrado”.

“Uabarrêba”

Canisso: “O titulo é interessante. Ela vem da onomatopéia de quando estamos compondo. Na hora de fazer a melodia do vocal, faz a linha normal da música e fala algo. E a onomatopéia inicial que o Digão fez foi ‘uabarrêba’”.

Digão: “E a gente ás vezes apelida a música do jeito que a gente costuma ensaiar”.

“Atitude Severa”

Canisso: “O Digão fez mais de doze riffs, e neste mesmo período em que estávamos ensaiando as músicas, o Marquinho estava hospedado lá em casa. Aí ele trouxe o computador de Brasília, e ficamos escrevendo. Essa música é parceria minha com o Marquinho graças a ele estar na pensão Canissão.Para mostrar que agente também tinha algo para colocar no disco”.

“Pegamutukalá”

Canisso: “São as onomatopéias do Raimundos.Já era uma base que o Digão tinha, e desde o início tinha a idéia de chamar o Mr.Catra para fazer uma parada no refrão. Mas não tinha noção que o cara ia ser tão difícil de encontrar.A gente só ouvia o recado na secretária eletrônica.Já íamos desistir, fomos tocar,e encontramos com a cara na sala desembarque no aeroporto”.

“Baixo Calão”

Canisso: “Considero a Dead Kennedys do disco. É a metralhadora giratória. Estão todos os palavrões que a gente não falou no disco inteiro. Mas eles estão direcionados, para quem merece. Dá para ver claramente, O Verdadeiro baixo calão é como se encontrar o Brasil. Essa é a minha menina dos olhos.”

Quanto a capa, ela surgiu depois da música pronta?

Canisso: “ Teve umas reuniões e foi passada uma diretriz de como deveria ser as coisas,e o cara desenvolveu.Ele tem uma influência meio hot rods, tipo aquele disco do Ramones, We’re Outta Here. Tem umas curiosidades, tipo o dedo do Kavookavala no toca-discos, ele passando a goma na língua do bicho,o cachorrinho tomando pinga,o Marquinho entrando pela janela”.

Fred: “Eu acho que fiquei mais parecido com o desenho do que em foto”.

Digão: “Dá para fazer umas camisetas bem legais”.

São 12 músicas em 40 minutos.

Fred: “Eu não sei nem porque as pessoas lançam 12 músicas. Seria legal lançar seis músicas e daqui a uns oito meses lançar mais seis. Porque você consegue trabalhar duas, três músicas, sendo que você pensou em cada uma separadamente! Não adianta fazer um disco muito grande e de repente a pessoa não tem nem a chance de curtir. Eu acho que ia baratear também”

Canisso: “Tem também a questão dos royalties. Depois de uma certa quantidade de músicas,você tem que aumentar o valor do CD para pagar os royalties.”

Vocês já fizeram show com esta nova formação, certo?

Canisso: “Foi a turnê do Éramos 4.Foram uns 40 shows.”

Fred: “Essa turnê foi fundamental para dar segurança aos dois aí.Nós demos tempo ao tempo. Foi muito consciente. Não fizemos nada por acaso.Até esses tempo dado até chegar neste disco foi muito importante. Para que a coisa estivesse forte, consistente.”

Digão: “Estamos louco para começar a nova turnê, inaugurar o cenário novo.”

Canisso: “O Digão sempre cantou dentro do Raimundos.A voz dele sempre foi parte da mistura.Então ele seria o sucessor natural do Rodolfo. O cara me surpreendeu mais como letrista do que como vocalista,porque eu já conhecia o trabalho dele como vocalista.”

Fred: “Vamos tocar o disco inteiro e agregando as músicas antigas. A turnê coemça em agosto e vamos para só na hora de compor o próximo CD.”

Obs. Caso alguém queira repassar a matéria não há problema algum, basta citar o Bau do Raimundos como fonte. Obrigado por ajudar a divulgar nosso trabalho.


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